Investir em uma franquia no Brasil é uma forma relativamente segura. Mas há limitações.
O setor de franquias cresce em ritmo acelerado no Brasil. Os dados de 2013 ainda não estão totalmente computados, mas houve um aumento de cerca de 15% no número de franqueados, com um faturamento bruto de mais de R$ 115 bilhões. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), entre 30 e 40 marcas estrangeiras devem iniciar negócios no país durante 2014 (atualmente, são 168).
Investir em uma franquia no Brasil parece realmente sedutor: com um investimento inicial relativamente baixo e taxa mensal sempre inferior a 5% do faturamento, pode-se abrir um negócio que varia de sorveteria a reparos automotivos, de serviços de estética a reforço escolar. Além disto, o empreendedor conta com treinamento inicial, assessoria em administração e marketing, organização do mobiliário, equipamentos e identidade visual, marca consolidada no mercado e região específica para atuar (sem concorrência na mesma rede).
Investir em Franquias, vale a pena?
Existem franquias para todos os bolsos. Algumas empresas não exigem capital inicial, enquanto outras não cobram taxa de propaganda (despesa mensal que precisa ser anotada). O importante é a vontade de empreender. Não basta apenas ter reserva de caixa para investir: é preciso ser um líder.
Você tem o perfil de franqueado?
No entanto, o franqueado enfrenta limitações. Não pode, por exemplo, alterar a relação de produtos ou serviços oferecidos (por exemplo, em uma lanchonete, não é possível criar um novo sanduíche). Também não pode alterar o espaço físico que sedia a empresa (em alguns casos, apenas uma maleta ou a adesivagem de um veículo). Assim, para empresários criativos podem se sentir “engessados” na administração de uma franquia.
É preciso ser bastante crítico na autoanálise para se decidir por uma franquia, portanto. Vale a pena investir em uma franquia quando se consegue seguir as regras definidas pela empresa, quando se tem capital disponível (não apenas para o investimento inicial – que em alguns casos inexiste – mas também para se manter enquanto a empresa não apresenta retorno financeiro; isto significa ter capital de giro para pagar as contas por um período que varia de 18 a 24 meses).
Outro ponto importante é a disciplina. Em alguns casos, o franqueado trabalha em casa, com raros contatos com clientes. Desta forma, a tentação por ficar “mais cinco minutos na cama” é bastante forte, especialmente nos dias frios e chuvosos. Muitas pessoas não têm vocação para empreender; nestes casos, é melhor continuar assalariado, com responsabilidades junto a uma empresa que não podem ser negligenciadas.
Habilidades e experiência em administração e marketing, liderança e capacidade de mediar conflitos (no caso da necessidade de contratação de pessoal), facilidade no relacionamento pessoal para atender clientes e fornecedores, são qualificações que determinam o sucesso da nova franquia. A franqueadora oferece o suporte necessário, mas seria ilusão imaginar que isto garante êxito automático.