É caro, mas vale a pena. Para quem faz um curso de paraquedismo, o céu é o limite. Ou não.
São oito a dez horas de aulas teóricas, muitas atividades práticas com um ou dois instrutores e ainda mais emoções reservadas para os mais de dez saltos. Em um curso de paraquedismo, é possível ter a sensação de se sentir um deus, ou quase isto. Só quem já saltou pode entender a sensação de voar sem asas. Voar não é uma atividade humana, mas nos encanta há milênios, desde, pelo menos, do voo de Ícaro, cujo pai, Dédalo (o mesmo que construiu o labirinto de Creta, onde o Minotauro ficava aprisionado), fez asas de cera para que ele fugisse de Creta.
A iniciativa não deu certo: Ícaro se aproximou demais do céu e as asas derreteram. Mesmo assim, continuamos até hoje querendo voar. E já que asas de cera e cavalos alados (como o Pégaso) não foram boas oportunidades, nada melhor que saltar de paraquedas. Para um salto duplo (preso a um instrutor), bastam apenas algumas informações sobre posições para sair do avião – a quatro mil metros de altitude – e para finalmente aterrissar. É quase um minuto descendo a mais de 200 km/h em queda livre; perde-se completamente a noção de tempo e espaço.
Os saltos precisam ser agendados com antecedência. A maioria das escolas de paraquedismo exige o pagamento com antecedência. A parte boa dos saltos duplos é que o “voador” se diverte sem se preocupar com os aspectos técnicos do salto. De paraquedas.
Curso de Paraquedismo
Para aventurar-se no céu, no entanto, o curso de paraquedismo é mais extenso. O atleta começa com o BBF (Basic Body Flight), em que segue por vários níveis para aperfeiçoar as técnicas de voo. Os alunos aprendem a usar determinadas partes do corpo para se deslocar por onde quiserem: é uma verdadeira aventura.
Em seguida vem o Accelerated Free Fall (AFF, ou queda livre acelerada). O método foi desenvolvido nos EUA e atualmente é adotado em todo o mundo. É considerado o mais seguro na instrução do esporte, permitindo dezenas de manobras pelo ar antes de o paraquedas se abrir.
Por fim, os atletas chegam ao Freefly (voo livre). Trata-se de montagens de figuras e coreografias tridimensionais, um verdadeiro balé no ar. As posições básicas são o headdown (de cabeça para baixo), back (de lado), belly (de barriga para baixo), sit (sentado) e stand (em pé).
Os custos não são nada baratos. Um voo duplo não sai por menos de R$ 300. Se o paraquedista quiser documentar a “viagem” com fotos ou vídeos, o custo salta para R$ 500. O paraquedista recebe as imagens em DVD, em alta definição.
Em pesquisas na internet, o custo do curso de paraquedismo AFF é de mais de R$ 4.300. Cada salto considerando os custos com avião e equipamentos, custa ao menos R$ 150. É um esporte caro, mas a satisfação com a prática vale muito a pena. Em tempo: este é um esporte totalmente viciante.