Quem quer fazer o curso de Medicina precisa se preparar para muitos anos de dedicação total.
Medicina é a milenar arte de curar e promover a saúde humana. Desenvolveu-se junto com a espécie humana, quando começamos a descobrir as propriedades terapêuticas de plantas, minerais e órgãos animais – portanto, sua história começou a ser escrita há mais de cem mil anos. Mas a medicina, como nós a entendemos, começou a tomar forma com o grego Hipócrates, que viveu no século V a.C. Até hoje, no final do curso, os estudantes de Medicina prestam a Juramento de Hipócrates, considerado o Pai da Medicina.
Faculdade de Medicina – Como é o curso?
Hipócrates deixou um legado ético. No juramento, os novos médicos afirmam que irão promover a saúde, procurar a cura das doenças e sobrepor a vida do próximo aos interesses pessoais. Apesar de sempre mesclando o tratamento com reverências aos deuses, o médico grego procurava sinais no corpo dos seus pacientes, para diagnosticar os males e oferecer o melhor tratamento, baseado em plantas e minerais triturados, tornando-se assim um precursor do pensamento científico.
Mas antes de fazer o juramento, que ocorre na formatura, os estudantes precisam se dedicar muito ao curso de Medicina. Em geral, são seis anos de aulas em período integral, internato a partir do 4º ano (acompanhamento de pacientes no hospital a que a faculdade é vinculada, supervisionado por professores) e, mesmo depois de terminar a graduação, é preciso estar sempre atualizado sobre novas drogas e tratamentos. Em outras palavras, a medicina é mais do que uma profissão: é quase um sacerdócio.
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O curso de Medicina oferece conhecimentos aprofundados sobre os órgãos e tecidos do corpo humano, técnicas de diagnóstico, indicações, contraindicações e efeitos colaterais dos medicamentos e informações sobre equipamentos clínicos e cirúrgicos. O país tem um grande déficit de médicos, especialmente no interior: são 578 para cada grupo de cem mil habitantes; para atingir o nível dos EUA (477 para cada cem mil), o Brasil tem de formar cem mil novos médicos.
Estes profissionais podem trabalhar em hospitais, ambulatórios, laboratórios, clínicas, unidades básicas de saúde e empresas. Podem também fornecem consultoria para a imprensa (TV, internet, revistas, etc.). Por fim, podem seguir a carreira acadêmica, dedicando-se à docência e à pesquisa.
O que é a residência médica?
De acordo com a legislação brasileira, para se tornar um especialista deve cursar a residência médica. São 53 especialidades, tais como pediatria, ginecologia e urologia. Algumas têm acesso direto, logo após o bacharelado, enquanto outras exigem pré-requisitos: por exemplo, para se tornar cirurgião plástico, é preciso ter feito previamente a residência em cirurgia geral. Mesmo para se tornar clínico, é necessária a residência em clínica médica. São dois anos de estudos, em que os residentes desenvolvem a rotina médica sob supervisão de especialistas.
Terminada a pós-graduação (lato sensu), o médico é submetido a um exame na associação médica de sua especialidade, reconhecida pela Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medina e os órgãos regionais, para poder atuar.