Um plano de negócios é fundamental para empresas de qualquer porte, especialmente as recém-criadas. Veja o que não pode faltar.
Micro e pequenas empresas respondem por 70% dos empregos formais (com carteira assinada) no Brasil. No entanto, 60% delas não chegam ao quinto ano de existência, principalmente em função do planejamento ruim ou inexistente. Os brasileiros são empreendedores por excelência, mas não basta ter uma boa ideia ou destacar-se na produção de determinado bem ou prestação de serviços. É preciso organizar um plano de negócios, para aumentar as chances de sucesso.
Dicas para Organizar um Plano de Negócios
O plano de negócio é um retrato instantâneo do mercado: a aceitação de um produto, as melhores estratégias de divulgação, as possibilidades de ampliação. Com isto, é preciso projetar a necessidade de contratar pessoal, captar recursos, negociar com fornecedores, credores e bancos. Sem definir mercado, identificar a concorrência, estabelecer formas de atender à demanda, é quase certa a “morte súbita” do negócio em pouco tempo.
Vamos pensar em um exemplo hipotético: organizar uma festa. Em primeiro lugar, é preciso relacionar os convidados (os clientes), organizar um orçamento para comprar comes e bebes (provisionar um fundo financeiro para cobrir os custos iniciais), fazer a decoração (posicionar atrativos para novos clientes) e, finalmente, fazer “rolar a festa” (inaugurar o negócio).
Mas isto não é suficiente. Na organização do evento, é preciso prever que um número maior de convidados e “penetras” venha à nossa festa hipotética. Um negócio pode ter um start melhor do que o previsto, e nem sempre isto é bom. Em um varejo qualquer, prateleiras às moscas podem parecer, aos clientes, que o empresário é displicente ou não tem dinheiro para manter bons estoques.
O plano de negócios deve ser organizado para prever todas as possíveis situações, inclusive o contrário da acima exposta. O encalhe de mercadorias, especialmente se elas forem perecíveis, pode ser calamitoso. É necessário, então, estabelecer uma “rota de fuga”: caso haja sobra de itens (alimentos, por exemplo), é possível distribuí-los entre moradores de rua e transformar o quase desastre em uma estratégia de marketing.
Mas tudo deve ser bem avaliado. Uma padaria ou confeitaria não deve distribuir suas sobras nas imediações, para evitar que se transforme em um ponto de encontro de sem teto, vistos por muita gente como “desocupados” a serem evitados. No nosso exemplo, a distribuição deve ser feita alguma distância e gravada, para exibição do vídeo no ponto de venda.
Este é apenas um exemplo do que um plano de negócios pode fazer: transformar um desastre em uma estratégia promocional. Mas são muitas as necessidades a prever: ampliação, contratação e treinamento de pessoal, captação de verbas, negociação bancária, manutenção da legalização do negócio.
Empreendedores – mesmo que sejam camelôs, prestadores de serviços (como pintores, pedreiros e encanadores) e artesãos – podem se beneficiar com os cursos online gratuitos do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e outros sites para inteirar-se sobre as exigências do mundo empresarial.
Assim, boas ideias podem se tornar grandes negócios, gerando renda e emprego. Bem geridas, estas novas empresas podem mudar o futuro de muita gente.