Fazer uma faculdade enriquece o currículo e amplia a bagagem cultural, mas é preciso cuidado na hora da escolha.

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Fazer uma faculdade é o caminho natural para o estudante concluinte do nível médio, seja regular, seja técnico, para aumentar seus conhecimentos em determinada área. No entanto, é preciso escolher um curso superior de qualidade, para garantir que ele agregue valor à vivência estudantil.

Sem o aprendizado, não é possível adquirir conhecimento para se destacar no mercado de trabalho. Muitas pessoas escolhem um curso de nível superior de má qualidade, pensando em prestar um concurso para um cargo público, cujos salários e demais condições trabalhistas estão bastante atraentes.

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Como Escolher um Curso Superior de Qualidade

Como Escolher um Curso Superior de Qualidade

No entanto, fica difícil para um aluno desqualificado ser aprovado nestes concursos, principalmente quando consideramos que o Instituto Paulo Montenegro, em recente pesquisa, detectou que mais de 30% dos universitários do país são analfabetos funcionais, ou seja, não conseguem interpretar textos simples nem têm habilidades básicas de raciocínio lógico e matemática.

Os números do ENADE

Existem fatos gritantes. O Ministério da Educação (MEC) proibiu recentemente que 207 cursos de nível superior abram inscrições para o vestibular. São instituições das áreas de Engenharia, Exatas, Tecnologia e formação de professores (licenciatura) que obtiveram nota 1 ou 2 nos últimos exames do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), em 2008 (calouros) e 2011 (formandos).

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+ Confira: ENADE – Inep, Notas e Informações

O Conceito Preliminar de Curso foi criado em 2008 e, a partir de 2012, todos os cursos com notas 1 e 2 estarão proibidos de oferecer vagas: mesmo que o vestibular tenha sido realizado, os aprovados não poderão efetuar a matrícula. As faculdades serão acompanhadas por supervisores do MEC e, se não apresentarem melhorias qualitativas, podem inclusive ser descredenciadas, fato que ocorreu com a Universidade São Marcos, em São Paulo.

Não são apenas faculdades pequenas. Seis universidades federais entraram na lista: Universidade Federal do Pará (Engenharia Mecânica, Pedagogia, e Letras), Universidade Federal Fluminense (Ciências Sociais e Arquitetura e Urbanismo), Universidade Federal de Pernambuco (Engenharia Cartográfica), Universidade Federal de Uberlândia (Ciências Sociais), Universidade Federal de Viçosa (Geografia) e Universidade Federal de Roraima (Matemática).

Estes cursos, no entanto, apresentaram tendência positiva e podem reverter a suspensão do processo seletivo na próxima avaliação, como ocorre com 26,6% das instituições que participaram do ENADE. O Índice Geral de Cursos do MEC, no entanto, avalia que 0,4% das faculdades brasileiras (que obtiveram nota 1) estão em péssimo estado: bibliotecas inexistes ou desatualizadas, laboratórios desequipados e poucos – ou nenhum – professores com título de mestre ou doutor.

Além da proibição do vestibular, as instituições não podem oferecer o FIES (Financiamento Estudantil), que permitem ao universitários o pagamento das mensalidades apenas depois de um ano após e formatura, nem do PROUNI (Programa Universidade para Todos), que concede bolsas de estudo parciais ou integrais. Quase 240 mil anos estão matriculados nestas instituições de ensino.

Avaliações de ordens e conselhos

Cursos de Direito e de Administração são os preferidos por empresários que querem investir numa faculdade, pensando apenas no lucro, e não na qualidade da educação. A área de Humanidades requer menos investimentos em equipamentos, como laboratórios, e durante muitos anos o MEC autorizou o funcionamento de cursos em “barracões”, instituições de má qualidade.

O resultado deste descaso por parte das autoridades é visto ano a ano nos exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), necessários para exercer a profissão (bacharéis em Direito podem prestar concursos públicos, mas não podem advogar em nenhuma área). No último exame, o 8º Exame da Ordem Unificado do ano, apenas 16,4% obtiveram ao menos nota 6 e foram aprovados. Muitos formados na área precisam recorrer a cursinhos para de qualificar para o exame.

O melhor resultado do exame da Ordem, no passado recente, ocorreu no início de 2008, quando pouco menos de 29% dos candidatos foram aprovados, o que significa menos de um terço dos estudantes. É muito pouco para um país que se pretende rico e desenvolvido.

O Conselho Regional de Medicina (Seção São Paulo) realizou um exame para avaliar a qualidade dos universitários: 60% obtiveram nota abaixo de 5, mas mesmo assim poderão atuar como médicos e candidatar-se a vagas de Residência, já que a avaliação não é obrigatória nem tem caráter restritivo. Pode-se imaginar a qualidade do serviço prestado por estes jovens.

Curso Superior de Qualidade

Verificar curso e currículo da instituição

Antes de se inscrever no processo seletivo, é preciso pesquisar. Verificar o currículo oferecido pela faculdade, compará-lo com o currículo mínimo exigido pelo MEC, conhecer a instituição para verificar suas instalações, verificar a oferta de biblioteca e tutoria virtuais, conversar com estudantes (é possível fazer isto inclusive em comunidades de redes sociais) é muito importante.

+ Leia também: Cursos Superiores Reconhecidos pelo MEC

Também é preciso verificar se o curso é conhecido e, em determinados casos, (como Medicina, Engenharias e Direito), se está regulamentado oficialmente pelo Ministério da Educação. Toda profissão regida por um conselho ou ordem precisa estar regulamentada.

Em alguns casos, são cursos recém-implantados e, portanto, não reconhecidos, fato que só ocorre quando a primeira turma cumpre 50% da carga curricular e pede a regularização ao ministério; no entanto, se a instituição for reconhecida por sua excelência, o risco de cursá-los é mínimo.

+ Artigo interessante: Como Pagar a Faculdade – Financiamento Estudantil

Cursos universitários podem ser presenciais ou virtuais (com um número variável de aulas na faculdade, de acordo com a carreira escolhida). Todos eles apresentam as mesmas exigências. Portanto, se a opção for por um curso online, é preciso fazer a mesma pesquisa. Não se matricule num “barracão”: nada vai ser agregado à sua vida acadêmica.

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