O Brasil está entre os piores países do mundo, quando se trata de saúde bucal. Para reverter a situação, foi criado o Brasil Sorridente.
O programa Brasil Sorridente foi criado pelo governo federal, através do Ministério da Saúde, para alterar uma das situações mais perversas criadas pelas políticas públicas de saúde. Apesar de ter havido um avanço no atendimento a crianças nos últimos 15 anos, o tratamento para adolescentes e adultos vinha sendo historicamente desconsiderado. A principal proposta era a extração de dentes, coadjuvada pela distribuição de dentaduras, comum em campanhas eleitorais.
De acordo com o Levantamento Nacional de Saúde Bucal realizado em 2003, 13% dos adolescentes e jovens nunca haviam ido a um consultório dentário, 20% da população adulta já haviam perdido todos os dentes e 45% não tinham acesso regular a uma simples escova de dentes. Mesmo entre crianças, problemas gengivais e dificuldades para obter atendimento odontológico ainda são comuns. As ações sociais são locais e sempre descontinuadas. Em quase dez anos, o programa Brasil Sorridente já ampliou em 15 vezes os atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), de 10 milhões para 150 milhões.
Brasil Sorridente – Programa de Saúde Bucal do Governo
A implantação da Política Nacional de Saúde Bucal – o programa Brasil Sorridente, criado em 2004 – significa um avanço na melhoria do sistema de saúde integral, com ações de prevenção e promoção, além da criação de consultórios para as práticas curativas de maior complexidade.
As principais linhas de atuação do Brasil Sorridente são a atenção básica, especialmente por meio do programa Saúde da Família (realizado em domicílio), a ampliação e qualificação da atenção especializada, através da implantação de centros de especialidades odontológicas (com tratamentos de canal, pequenas cirurgias e exames para identificar câncer bucal), laboratórios regionais de próteses dentárias (que já produziram mais de 256 mil próteses fixas e móveis e desde 2010 trabalham também com implantes dentários) e o aumento da adição de flúor nas estações de tratamento de água dos Estados e municípios.
No final de 2012, o Brasil Sorridente recebeu um aporte de verbas de mais de R$ 266 milhões. Com este valor, o programa pôde ser ampliado para 1.389 municípios do país. Além da verba, o Ministério da Saúde já criou 106 centros de especialidades odontológicas para pessoas portadoras de deficiência. Até o final de 2014, o Brasil Sorridente deve receber investimentos de R$ 3,6 bilhões, aumentando em 260% a oferta de serviços odontológicos no país.
Quase 30% dos dentistas do país – cerca de 64 mil profissionais – participam do Brasil Sorridente, um aumento de 60% entre 2004 e 2012, além de milhares de técnicos e auxiliares (estima-se em 25 mil). O programa já implantou 180 unidades odontológicas móveis, para atender a populações de locais de difícil acesso, e pretende equipar mais mil veículos até 2014.