Cultivados sem defensivos agrícolas, os alimentos orgânicos apresentam uma série de benefícios para a saúde.
Sem nos darmos conta, consumimos no dia a dia uma série de itens bombardeados por agrotóxicos: pesticidas e herbicidas utilizados nas lavouras para reduzir as pragas e aumentar a produtividade. Frutas como papaia, melão, uva, maçã e morango, e legumes como pimentão, berinjela, pepino e abobrinha estão no topo do ranking; o campeão em resíduos é o tomate, talvez o alimento mais comum nas saladas dos brasileiros: as plantações recebem, em média, 36 pulverizações, do plantio à colheita. Por isto, muitos consumidores dão preferência aos alimentos orgânicos.
Conheça as Vantagens dos Alimentos Orgânicos
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, ocorrem 20 mil mortes anuais em função do manuseio incorreto ou do consumo indireto de agrotóxicos, que provocam abortos, má-formação fetal, alguns tipos de câncer, dermatites e outras doenças. Além disto, os defensivos alteram o sabor dos produtos. Estes são os motivos da opção pelos alimentos orgânicos; na agricultura, são utilizados métodos naturais para o combate às pragas: adubação com estercos e seus compostos, rotação de culturas, cultivo concomitante de alimentos e plantas repelentes de insetos e até alho e cebola espremidos, para afastar vermes e insetos; na produção de carnes e ovos, são retirados os antibióticos, anabolizantes e hormônios de crescimento.
Por serem livres de produtos químicos, os alimentos orgânicos são mais saudáveis e saborosos. Além disto, a produção costuma respeitar o meio ambiente, reduzindo o impacto sobre a flora e fauna nativas, e os ruralistas orgânicos adotam sistemas de responsabilidade social, especialmente no que diz respeito à valorização dos trabalhadores.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento credencia entidades para avaliar a produção de alimentos orgânicos. No site planetaorganico.com.br, é possível verificar quem produz, vende e certifica as frutas, verduras, legumes, carnes e ovos sem o uso de agrotóxicos em todo o país. Esta é uma providência importante para quem quer melhorar a qualidade de vida, com a inclusão de produtos mais saudáveis na dieta, já que alguns comerciantes “vendem gato por lebre”: oferecem produtos convencionais como se fossem isentos de defensivos.
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Os alimentos orgânicos apresentam uma única desvantagem: são mais caros, em função da produção em menor escala e também porque os produtos demandam mais tempo para a maturação das plantas e o desenvolvimento dos animais. Por isto, para reduzir despesas, é possível consumir alimentos inorgânicos mais resistentes aos pesticidas, fungicidas, herbicidas, hormônios, medicamentos (a lista é longa). Feijão, folhas (alface, escarola, couve, etc.), caqui, abacate, acerola, coco e mexerica apresentam ciclo de desenvolvimento rápido e não recebem doses de produtos químicos em quantidade suficiente para prejudicar a saúde humana. Peixes de água salgada também são menos infensos à poluição.
Para reduzir a “dose de veneno” no prato, é preciso dar preferência às frutas de época e a produtos regionais, lavar muito bem frutas e verduras (ou deixá-las imersas numa solução de um litro de água e quatro colheres de vinagre), retirar as folhas externas, a casca de frutas como maçã e pêssego, a gordura de carnes vermelhas e a pele de aves (em que há maior concentração de agrotóxicos).