No início da vida profissional, sempre surge a dúvida: que carreira seguir? Qual é a minha vocação?
Como eu descubro minha vocação? Esta pergunta já passou pela cabeça da imensa da maioria das pessoas. Afinal, no auge da adolescência, o corpo explodindo, a mente se transformando, um jovem de 16 ou 17 anos tem que enfrentar uma decisão que vai definir a vida, que afeta tremendamente todos os fatos da vida pessoal. Fazer um curso técnico? Prestar o vestibular? Mas são tantas as opções, cursos tecnológicos, bacharelados, licenciaturas. O que é mais certo: escolher a profissão pelo salário e prestígio ou a que mais se afiniza com os gostos?
Jovens imaturos e com pouca informação, mesmo nestes tempos de conexão total – a informação obtida na navegação virtual é fragmentada, confusa, muitas vezes equivocada e quase sempre é arquivada na nossa memória de curto prazo. O ideal é que, ainda no fim do ensino fundamental, pais e professores comecem a oferecer informações profissionais para os adolescentes. Existem bons guias virtuais gratuitos e podem-se organizar visitas a feiras de profissões, além de uma orientação mais direcionada.
Na escola, os professores podem observar a vocação e as melhores aptidões de seus alunos e oferecer a eles dicas sobre as profissões em que estes dons podem ser desenvolvidos e bem empregados. O próprio jovem pode se auto-observar: quem odeia Biologia, por exemplo, deve ficar longe das carreiras da área de saúde; da mesma forma, quem não tem na Matemática sua disciplina mais bem avaliada deve evitar as exatas, Economia, Ciências Contábeis, etc.
Os pais devem evitar propor carreiras para os filhos: por exemplo, o pai advogado que sonha ver seu filho cursando Direito. Cada um sonhe seus próprios sonhos. Da mesma forma, o desejo de ver o filho se tornar um artista ou um jogador de futebol é um perigo. Na série A do Campeonato Brasileiro, participam 40 clubes, com média de 20 jogadores atuando em cada um. Isto significa 800 atletas apenas na série A. Bem poucos deles são bem sucedidos e alcançam destaque na imprensa.
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O salário não deve ser o principal critério para a escolha. Recentemente, a mídia noticiou o caso de uma mulher que procurou emprego de faxineira no Mercado Ver-o-Peso, em Belém. Antes disto, ela havia acompanhado os patrões, que se transferiram para a Europa, e trabalhou em vários países. Graças à sua vocação, que é um dom natural, desenvolvido de acordo com o temperamento e o caráter individuais, aprendeu vários idiomas. Em poucos dias de trabalho no mercado, o chefe descobriu as habilidades da jovem, que hoje é guia de turistas do famoso cartão postal da capital paraense. O sucesso depende do prazer em estudar e depois trabalhar na área escolhida
Existem testes vocacionais, aplicados por psicólogos, mas eles não devem se tornar um instrumento único de avaliação. Em algumas cidades brasileiras, existem núcleos de apoio que acompanham os adolescentes por um período. O ideal é que os técnicos trabalhem em conjunto com a equipe da escola.
Descobrir a vocação é um exercício de autoconhecimento, talvez profundo demais para um adolescente. Mas é preciso verificar as reais qualidades e principalmente separar “o que gostamos de fazer” de “o que sabemos fazer”.
Vamos em frente.