Um número cada vez maior de estudantes entra em faculdades particulares e recorre ao financiamento estudantil.
No Brasil, cinco milhões de jovens ingressam em instituições privadas de ensino superior a cada ano e dez por cento deles recorrem a algum tipo de financiamento estudantil para custear as mensalidades. No entanto, é necessário planejar e organizar-se com cuidado, para não criar uma dívida impagável.
Vale a pena fazer um Financiamento Estudantil?
O ideal, para estudantes carentes, é obter uma vaga numa universidade pública. Existem cursinhos pré-vestibulares gratuitos ou com preços reduzidos em quase todas as grandes cidades brasileiras. Vale a pena esforçar-se um pouco mais, fazer bonito no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e cursar uma faculdade gratuita. Em muitas carreiras acadêmicas, o salário inicial dos profissionais fica pouco acima da mensalidade praticada pela instituição particular, o que pode dificultar a posterior amortização do financiamento estudantil.
Caso isto não seja possível, é preciso escolher uma faculdade privada de excelência na área, para aumentar as probabilidades de inserção no mercado de trabalho. De nada adianta cursar os famosos “barracões” – em qualquer nível (bacharelado, tecnologia ou licenciatura), graduações de baixa qualidade, muito comuns no Brasil. Apesar de o custo ser mais baixo, eles não garantem a formação profissional e, mesmo para a prestação de um concurso público que exija nível superior, será necessário fazer um curso de qualificação.
As excelentes universidades católicas, metodistas e presbiterianas, os cursos mantidos pela Fundação Getúlio Vargas e pelo SENAC (Serviço Nacional do Comércio), além de cursos isolados que se destacam pela qualidade, são exemplos de cursos que valem a pena. Em todos eles, é possível se candidatar a monitorias e bolsas de iniciação científica (pela própria instituição ou através de órgãos como a CAPES, CNPq, etc.), que ajudarão a custear as despesas do curso. Cabe lembrar que os custos de um curso universitário não se limitam à matrícula e às mensalidades: é preciso adquirir livros, apostilas, fazer viagens e pesquisas, traduções, etc.
FIES – Como Funciona?
O Fundo de Financiamento Estudantil (www.sitedofies.net) é a principal opção para quem não pode arcar com as mensalidades. Desde 2010, o FIES pode ser contratado em qualquer época do ano, os juros anuais são relativamente baixos (3,4%, contra os 7,5% da atual taxa SELIC, a taxa básica de juros da economia brasileira) e a amortização é barata (apenas R$ 50,00 a cada trimestre, inclusive durante a carência: o pagamento da dívida só tem início 18 meses após a conclusão do curso).
O prazo de pagamento também é atraente. É calculado em três vezes o tempo do financiamento estudantil contratado, mais 12 meses. Assim, quem adere ao FIES apenas no último ano do curso terá quatro anos para quitar a dívida; quem financia todo um curso de oito semestres, por exemplo, terá 13 anos para o pagamento.
Mas é muito importante dedicar-se ao curso; ao contrário do ensino médio, o universitário é muito menos exigido formalmente por professores e funcionários da faculdade. O estudante pode “cair na tentação” de ficar nas festas e bares, esquecer as aulas, seminários e trabalhos. Com isto, acaba carregando um número grande de dependências, o que onera as mensalidades: as matrículas são feitas por disciplina e, se for necessário refazer um ou mais cursos, a mensalidade ficará mais cara.
O comprometimento faz toda a diferença.