Procurando ou não, muitas vezes surge uma proposta mais atraente do ponto de vista financeiro, pessoal ou profissional: um salário mais alto, melhores condições de trabalho, flexibilidade de horários, maior proximidade da residência. É hora de deixar o emprego e partir para novas experiências. Mas existem formas mais adequadas para pedir demissão sem queimar navios, sempre deixando aberta a possibilidade de voltar ao antigo posto.
Antes de tudo, é preciso entender que ganho de curto prazo não devem gerar a mudança: um salário mais atraente não é motivo para trocar de empresa, caso existam possibilidades reais de promoção no atual emprego. Se não for o caso, é sempre bom deixar uma boa imagem ao se demitir, ao menos para garantir boas referências para futuras experiências profissionais. Manter bons relacionamentos é fundamental para a carreira.
Qual a melhor forma de pedir demissão?
Na hora de pedir demissão, é preciso procurar o chefe imediato e conversar, explicar os motivos reais do desligamento: salário maior, os desafios propostos pela nova função, possibilidade de atuação numa área mais condizente com as competências e qualificações, jornada mais reduzida. É muito importante agradecer pela oportunidade e pelo aprendizado, fatores que contribuíram para a formação pessoal e profissional.
O momento da demissão não é a hora de falar mal da empresa, de colegas e superiores. É importante colocar-se à disposição da empresa para finalizar ou encaminhar tarefas e projetos em andamento durante o período de aviso prévio, transferir as funções e informações para o substituto e, se for o caso, comunicar o desligamento a clientes e fornecedores (sempre enfatizando que a demissão é motivada pela necessidade da ampliação do horizonte profissional, e não em função de deficiências da empresa).
Caso o demissionário pretenda negociar a liberação do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), deve se comprometer a devolver a multa rescisória. O pagamento do FGTS só é feito quando a empresa demite o empregado sem justa causa e, nestes casos, incide uma multa de 40% sobre o total de depósitos. Se for feita uma demissão simulada, é preciso devolver este valor. Não é uma prática legal, mas muito praticada nos desligamentos.
Há poucos anos, um profissional de marketing forneceu dados de negociação entre um magazine e uma fábrica de móveis a um concorrente. O resultado foi a oferta de armários de cozinha por R$ 100 a menos e um belo cargo no Departamento Comercial. No entanto, a carreira na nova empresa durou pouco. O magazine concorrente sabia que não podia confiar no empregado: uma vez infiel, sempre infiel.
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Por fim, é importante não blefar: dizer que tem uma proposta fictícia imperdível para obter uma promoção ou um aumento salarial. Por mais que o empregado se sinta imprescindível, os superiores podem não ter a mesma avaliação e simplesmente aceitar a demissão. Aí, a situação é ficar “no olho da rua”.