Algumas invenções, mesmo criadas para outras funções, trouxeram conforto e caíram no gosto popular.
O homem sempre foi curioso e a curiosidade leva às invenções. Já na Pré-História, foram criados diversos utensílios para facilitar a vida, como tigelas e machados de pedra. Com a invenção da roda, o transporte tornou-se bem mais simples. Com a domesticação do fogo, teve início a gastronomia: a alimentação foi promovida de simples necessidade a um prazer.
A indústria bélica também começou há muito tempo: há registros de flechas, tacapes e zarabatanas que datam de mais de 200 mil anos.
Invenções que caíram no gosto popular
No entanto, o grande impulso para as invenções, ao menos no Ocidente, chegou na Idade Moderna: bússolas e sextantes, precursores dos modernos aparelhos de GPS, permitiram as navegações que levaram os europeus para a América e as “Índias”. Com o acúmulo de descobertas científicas, a partir do século XVI, o homem quis mais. E conseguiu.
A energia elétrica
Até o início do século XIX, os homens viviam sem energia elétrica e não ligavam para isto. Candelabros e lâmpadas vela iluminavam os ambientes e, nas grandes cidades, havia a profissão de “acendedor de lampiões” em algumas vias, que acendia a iluminação pública no início de todas as noites.
No entanto, desde 1802, quando estavam sendo construídas as primeiras linhas de transmissão de energia, vários inventores: Humphry Davy construiu a primeira fonte de luz com um filamento de platina, usando o efeito joule: um resistor se aquece ao receber energia elétrica a ponto de transformá-la em luz visível.
Foram necessários outros 21 tenazes inventores, porém, antes que Thomas Edison criasse uma lâmpada viável comercialmente. Ele usou um filamento de carvão que, ao receber energia elétrica, gerava luz. Mas estas primeiras lâmpadas demoravam muito para iluminar o ambiente (ao serem acesas, mostravam luz vermelha, passando para o laranja e finalmente o amarelo, quando atingiam temperaturas próximas ao ponto de fusão do carvão).
A higiene pessoal
Sabonetes são usados desde a Antiguidade, assim como perfumes e desodorantes naturais. A escola de dentes mais antiga, porém, foi encontrada na China e data de 1498. As cerdas eram feitas com pelos de porco (material posteriormente substituído por pelos de cavalo).
O papel higiênico surgiu no final do século XIV, na China e, inicialmente, seu uso era reservado para a família imperial. Em 1857, começaram a ser vendidos, nos EUA, os primeiros papéis higiênicos embalados, com folhas soltas. Apenas 20 anos depois surgiram os primeiros rolos.
O fio dental também é antigo. Foram encontrados fios entre os dentes de homens pré-históricos mumificados. O fio dental moderno surgiu em 1815, quando um inventor usou fios de seda para limpar o espaço entre os dentes. Apenas em 1882 começou a ser produzido em escala industrial.
Curiosidade: Na Europa, a escova mais antiga tem cerca de 300 anos e foi encontrada nas ruínas de um antigo hospital alemão. As cavidades destinadas a receber as cerdas ainda são visíveis. Apenas em 1938 a empresa americana Du Pont desenvolveu as cerdas de náilon ainda hoje utilizadas.
Contribuições da NASA
A empresa aeroespacial norte-americana também contribuiu com diversas inovações. O material dos colchões com memória de forma, que modelam o corpo, presente também em travesseiros e enchimentos de bancos automotivos foi desenvolvido para revestir as poltronas dos foguetes e reduzir o impacto do lançamento. É o chamado efeito viscoelástico.
O volante do módulo lunar inspirou a criação dos joysticks dos videogames. Já as lentes com tratamento contra arranhões foram usadas inicialmente nos visores dos capacetes usados pelos astronautas.
Há algumas décadas, fazer uma chamada interurbana era um sacrifício. Era necessário pedir a ligação à telefonista local e esperar algumas horas. Mas depois que a NASA desenvolveu satélites para permitir a comunicação entre os astronautas e a base na Terra, o telefonema se completa instantaneamente.
A alumina policristalina translúcida (nome bem complicado) foi criada para proteger a antena dos foguetes que rastreia mísseis. Atualmente, ela é usada em aparelhos ortodônticos, os chamados alinhadores invisíveis, para quem precisa corrigir a dentição, mas não quer um sorriso metálico.
Ferramentas sem fio, que encantam os moderninhos, foram desenvolvidas pela empresa Black and Decker, a pedido da NASA, para missões espaciais. O filtro de água que usa carvão ativado foi criado para tratar a água bebida pelos tripulantes das naves.
O tecido resistente ao fogo usado por bombeiros de todo o mundo, foi criado para os macacões dos astronautas, a fim de impedir acidentes térmicos. Aquecedores de luvas e botas usados por esquiadores foram criados para impedir a hipotermia, que, nas viagens espaciais, pode causar necrose.
Os vídeos produzidos pelas naves chegavam à Terra com fortes distorções. Além disto, o som chegava muito atrasado. Para corrigir isto, foram desenvolvidos satélites de transmissão de imagens, que hoje transmitem sinais da TV – inclusive para celulares. A tecnologia usada para melhorar as imagens hoje é usada em exames de diagnóstico, como tomografias e ressonâncias magnéticas.
Para completar a lista das invenções importantes, a NASA não criou, mas aperfeiçoou os detetores de fumaça, para que eles não disparassem com um cigarro aceso, por exemplo.