Os primeiros cursos de graduação online surgiram timidamente, sob sérias desconfianças de muitos especialistas em educação, que identificavam uma série de pontos negativos em relação aos cursos presenciais: falta de vivência universitária, contato insuficiente com os docentes, dificuldade, especialmente entre os alunos mais jovens, de manter a concentração e foco nos estudos.
Hoje, no entanto, a situação mudou. Em 2000, apenas quatro universidades, todas públicas, ofereciam a graduação a distância: as federais do Ceará, Pará e Paraná e a Estadual de Santa Catarina. O número de matrículas era estatisticamente desprezível: apenas cinco mil anos. O censo educacional de 2010 registrou 930 mil estudantes matriculados em cursos de graduação a distância, 14,6% da população universitária do país. Destes, cerca de 80% cursam instituições particulares, mas o número de vagas nas públicas está aumentando.
Você sabia?: Um a cada sete universitários no Brasil fazem sua graduação de forma online, através da metodologia de ensino a distância!
As notas obtidas no Exame Nacional de Avaliação do Desempenho de Estudantes (ENADE) dos alunos de graduação a distância são semelhantes às obtidas pelos estudantes de cursos presenciais e, em alguns casos, como Pedagogia e Administração (os dois cursos mais procurados), são ligeiramente superiores.
Cursos de Graduação a Distância Gratuitos
Com a criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em 2006, o número de vagas em graduação a distância tem crescido 5% ao ano. O objetivo inicial da UAB era capacitar professores leigos, especialmente das regiões mais pobres e isoladas do país, com o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica; no entanto, o projeto expandiu-se, incluiu o curso de Biblioteconomia e diversos cursos de pós-graduação e pretende, até 2013, atender a 800 mil alunos por ano.
Atualmente, a UAB mantém cerca de mil polos de apoio presencial, onde os alunos assistem às aulas práticas e submetem-se às avaliações; todas as universidades federais participam do projeto e o Ministério da Educação (MEC) pretende unificar todas as instituições públicas na Universidade Aberta. Os polos são vinculados às públicas, que respondem pela sua implantação, avaliação e supervisão.
Faculdade a Distância, vale a pena?
A oferta de vagas para a graduação online pelas instituições públicas cumpre também outra função: como são universidades reconhecidas pela qualidade do ensino, elas agregam valor aos cursos, afastando de vez os antigos preconceitos sobre a educação a distância.
No Estado de São Paulo, as três universidades públicas – USP, Unesp e Unicamp –, juntamente com o Centro Tecnológico Paula Souza, organizaram a Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo). Cada instituição define os cursos que serão oferecidos a distância e fica responsável pela elaboração do projeto pedagógico e do material didático.
A preferência é para a implantação de licenciaturas e cursos na área de educação. Em 2013, estima-se que a USP vai oferecer 360 vagas para o curso de Ciências e a Unesp, 1.350 vagas em 22 polos espalhados pelo interior do Estado, para qualificar professores da rede pública. A USP também pretende implantar especializações em Ética, Valores e Saúde na Escola (mil vagas) e Ética, Valores e Cidadania na Escola (350 vagas).
O Centro Paula Souza pretende oferecer 3.200 vagas anuais em cursos tecnológicos. Os polos de apoio serão as 52 faculdades de tecnologia do Estado. De acordo com o planejamento, 25% das aulas destes cursos terão que ser presenciais: são as que exigem equipamentos, laboratórios ou softwares específicos.
Como Funcionam as Graduações Online
A seleção é semelhante ao vestibular tradicional, embora em boa parte das instituições particulares a procura seja menor do que a oferta de vagas. Aprovados, os alunos matriculam-se e definem seus horários de aulas. Todos os cursos de graduação a distância oferecem apoio de tutores online, as aulas podem ser revistas e as faculdades disponibilizam bibliotecas virtuais, fóruns de discussão e salas de bate-papo para os alunos.
Uma ou duas vezes por semana, é preciso deslocar-se para a faculdade ou polo de apoio, para as aulas práticas, em laboratórios, por exemplo. Mensal ou bimestralmente, os estudantes submetem-se a provas para avaliar seu desempenho.
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Os alunos podem optar por cursos de bacharelado, licenciatura ou tecnológicos. Estes últimos são mais curtos: em dois ou três anos, dependendo da escolha, o universitário recebe seu certificado de conclusão.
Uma vantagem dos cursos particulares online é que, como as faculdades têm menos despesas (com espaço físico, manutenção, contas de consumo, etc.), as mensalidades são bem inferiores, em relação às dos cursos presenciais.
