Em vídeos sobre a Terra do Sol Nascente, muitos transeuntes aparecem usando máscaras. Saiba por quê. Nesse artigo desvendaremos porque japoneses usam máscaras nas ruas em seu dia a dia.
Os brasileiros que visitam o Japão pela primeira vez sempre se confundem sobre o uso de máscaras. Em um primeiro instante, logo imaginam que o motivo é a convalescença de uma cirurgia ou de um tratamento médico. Mas não é nada disto. Os japoneses usam máscaras nas ruas por razões bem diferentes.
Nas ruas, mercados, lojas de conveniência, shopping centers, etc. (especialmente nas grandes cidades do país), os japoneses usam máscaras para se proteger se vírus ou para não disseminar doenças, como gripes e resfriados. A prática também é comum na Coreia do Sul e China, mas o Japão é campeão de vendas de máscaras.
Por que os Japoneses Usam Máscara nas Ruas?
As primeiras máscaras cirúrgicas foram confeccionadas no Japão no final do século XIX. Depois disto, o país sofreu com várias epidemias, como a gripe espanhola (entre 1918 e 1920) e, mais recentemente, a gripe aviária (provocada pelo vírus H1N1, que já conta com várias mutações no Oriente).
Desde o final da Primeira Guerra Mundial, o uso de máscaras vem se popularizando entre os japoneses. Ameaçada pela gripe espanhola, que matou quase 400 mil pessoas no início do século XX, a população adotou hábitos para protege a saúde.
Além dos naturais receios individuais e coletivos sobre as doenças fatais, o governo também deu a sua contribuição: no auge da primeira epidemia, autoridades sanitárias produziram cartazes (alguns deles bem impressionantes), recomendando o uso de máscaras pelos japoneses.
Era comum utilizar legendas como “cuidado com os germes causadores da gripe” e “se não usar máscaras, você estará prejudicando não apenas a sua vida, mas também a se seus familiares”.
Por tradição cultural, os japoneses acreditam que não devem transmitir doenças para os seus conterrâneos. Para eles, o uso das máscaras não é uma prática pessoal de defesa, mas um gesto de respeito com as pessoas que compartilham espaços comuns. Desde pequenas, as crianças são estimuladas à prática.
Problemas na prevenção
A demanda por máscaras começou a aumentar em proporções exponenciais. Para aumentar a produção, os industriais japoneses optaram por reduzir a qualidade dos produtos. Passada a primeira epidemia, porém, a procura diminuiu e a indústria pôde melhorar a qualidade, com a substituição das armações de arame por celuloide, mais confortáveis e seguros para impedir a exposição do nariz.
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Em 1934, surgiu um novo surto e o volume de compras voltou a crescer. As máscaras se popularizaram definitivamente entre os japoneses, mas sempre que as vendas aumentavam, a qualidade caía. Depois da Segunda Guerra Mundial, outra epidemia – desta vez provocada pela plantação de árvores para reconstrução do país, que aumentou a presença de vetores e a transmissão de pessoa para pessoa. A alergia ao pólen, que causa febre do feno, voltou a provocar problemas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já advertiu que usar máscaras não é uma forma de prevenção e, em alguns casos, pode ser mais prejudicial do que andar com o rosto à vista. Os japoneses rebateram que o emprego correto de produtos de qualidade diminui em mais de 95% a contaminação.