A falta de carteira assinada não significa falta de experiência profissional: o currículo pode informar sobre cursos e habilidades.
Esta é uma dúvida de muitos jovens em busca do primeiro emprego. Para começar, vamos dizer o que não informar no currículo: mentiras, nem “aumentos” – uma viagem recreativa de uma semana ao Uruguai não é uma imersão cultural em espanhol.
É preciso também tomar cuidado também para não “encher linguiça”: selecionadores de pessoal são profissionais ocupados, especialmente nos períodos em que há necessidade de preencher diversas vagas, e o destino de currículos muito floreados é quase sempre a lata de lixo.
Um jovem que se empenhou para passar no vestibular (ou no vestibulinho) e estudou horas a fio para conseguir concluir um curso precisa entender que está, mais uma vez, diante de um processo seletivo acirrado: precisa dar o melhor de si.
O que colocar no currículo sem ter experiência profissional?
A falta de experiência profissional não desqualifica necessariamente o currículo de um jovem. Quando um recrutador identifica a idade do candidato, já fica esperando que a trajetória profissional ou mesmo nula. Não adianta atender a anúncios que exijam expressamente a vivência de 12 meses no exercício da função; se a exigência for de seis meses, no entanto, o envio do currículo pode render bons frutos.
Para determinados cargos, algumas empresas, inclusive, dão preferência a candidatos “crus”: eles não trazem vícios e podem ser capacitados de acordo com as necessidades específicas da contratante. Mesmo assim, ninguém é uma página em branco.
De acordo com a legislação brasileira, adolescentes só podem ser contratados em regime de CLT a partir dos 16 anos completos; antes disto, entre 14 e 15 anos, apenas na condição de aprendizes (e, como tal, não necessitam de experiência profissional).
No currículo, é possível informar a escolaridade já obtida, os cursos concluídos ou em curso – empresas têm predileção por candidatos que fizeram cursos, mesmo virtuais, de informática e idiomas. A participação em atividades de voluntariado também conta pontos na hora de obter um emprego, ou ao menos de ser chamado para a seleção.
O trabalho não precisa ser um ato heroico, como salvar crianças de um hospital em chamas: informar o desenvolvimento de atividades de recreação infantil, uma vez por semana, já esclarece muito sobre a personalidade do candidato.
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A realidade brasileira, porém, nem sempre permite isto (aliás, em muitos casos, mal dá conta de oferecer escolarização formal). Um jovem carente, no entanto, ao informar no currículo a necessidade de ajudar nas despesas de casa cumprindo tarefas informais, revela proatividade e responsabilidade, qualidades valorizadas no ambiente do trabalho. Certamente, estes atributos serão colocados à prova em outras etapas da seleção, tais como entrevistas e testes.
Dicas para saber o que NÃO colocar no currículo
Ainda falando sobre qualidades, é necessário ser sóbrio ao destacá-las. Também é importante, no currículo, não se fazer de vítima: o currículo não é o documento apropriado para desfiar as tragédias da vida. O setor de RH não é confessionário.
Frases desconexas, como “sou um cara legal” ou “faço amizades rapidamente”, não devem ser informadas no currículo. Basta uma boa autoanálise para identificar alguns pontos fortes, como gostar de trabalhar em equipe, de falar com pessoas (fundamental para o atendimento de clientes).
Começando a trabalhar depois da faculdade
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Os graduados não precisam informar a escolaridade passo a passo: quem completou um curso de Comunicação obviamente concluiu o ensino médio. Outras atividades acadêmicas, como participação em seminários, mesas redondas, pilotos de programas de TV ou mídia impressa (para este candidato formado em Comunicação) são importantes.
Estágios na área, bicos, produção de textos para a empresa de um parente e até a ajuda para colegas da faculdade enriquecem o currículo e aumentam as probabilidades de contratação, lembrando, mais uma vez que o exagero quase sempre é fatal.
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