Tudo depende dos interesses do estudante, mas, em geral, um curso de tecnólogo vale a pena.
O primeiro curso de graduação tecnológica foi implantado no Brasil em 1969, na FATEC de São Paulo: Construção Civil, em várias modalidades: pavimentação, obras hidráulicas e edifícios. Em 1973, foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). De lá para cá, com algumas idas e vindas, muitos outros foram implantados em instituto públicos e privados de educação superior. Sim, fazer um curso de tecnólogo vale a pena.
Durante a década, houve um crescimento sensível desta modalidade, mas, em 1979, o MEC alterou sua política de estímulo à criação de cursos de tecnólogo nas instituições federais e, poucos anos depois, eles foram extintos. Em 1998, porém, retornaram com força total.
Hoje, existem quase 120 modalidades de cursos de tecnólogo previstas pelo ministério, em áreas tradicionais, como Recursos Humanos, Gestão Financeira e Secretariado, e outras que estão apenas surgindo, como Estética e Cosmetologia, Organização de Eventos e Gestão Ambiental. Setores que apresentam forte crescimento são a Tecnologia da Informação e a Prospecção, Extração e Refino de Petróleo e Gás.
Cursos de Tecnólogo
Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que um curso de tecnólogo apresenta quase todas as características dos bacharelados e licenciaturas tradicionais: permite o acesso a mestrados profissionais (como o MBA) e é aceito em concursos públicos que exigem nível superior.
No entanto, apenas bacharéis e licenciados podem se candidatar a vagas de mestrados e doutorados stricto sensu. Além disto, estes dois acadêmicos recebem um diploma ao final do curso, enquanto os tecnólogos, apenas um certificado de conclusão.
Isto, no entanto, não chega a ser um problema: enquanto um curso de tecnólogo é feito em quatro ou seis semestres, a maioria dos bacharelados e licenciaturas é cursada em oito ou dez semestres (alguns exigem mais tempo para o término da formação).
Outra diferença básica é o conteúdo curricular: os cursos de tecnólogo são mais objetivos e diretos. Um bacharel em Administração pode atuar em várias áreas – e estuda bastante para isto: marketing, gestão financeira, recursos humanos, etc. As graduações tecnológicas focam apenas uma área, como logística, por exemplo. A carga teórica também é diferente: nestes últimos cursos, ela é bem menos exigida, com as disciplinas versando principalmente nas questões do dia a dia.
Mesmo assim, fazer um curso de tecnólogo vale a pena? Esta modalidade permite a aquisição de uma profissão em menos tempo – o que significa que o estudante chega mais rápido ao mercado de trabalho. Além disto, para citar um exemplo, um tecnólogo em Gastronomia pode continuar seus estudos em um bacharelado na mesma área. Vale o mesmo para Gestão de Moda, Turismo, Hotelaria, Sistemas Biomédicos, etc., profissões com bacharéis atuando nas mesmas áreas, mas com funções e responsabilidades diferentes.
Faculdade ou Curso de Tecnólogo?
No final do ensino médio, o estudante deve avaliar as suas características pessoais: ele é objetivo, quer ir direto ao ponto, tem pouca paciência para questões teóricas? O caminho é o curso de tecnólogo. Gosta de pesquisar, de esgotar um assunto até a última gota? A escolha deve ser um bacharelado. A licenciatura é um curso oferecido para bacharéis de algumas áreas; ela faculta ao diplomado lecionar nos níveis fundamental e médio.
O importante é escolher uma boa faculdade. Nos últimos 15 anos, houve uma proliferação excessiva de cursos – e não apenas de graduação tecnológica. Um dos resultados perversos deste estímulo foi a criação de muitas opções sem a qualidade mínima para a inserção no mercado de trabalho.
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Outra questão fundamental é avaliar a grade curricular do curso de tecnólogo. Um estudante pode optar por Gestão, mas precisa verificar a ênfase dada pela faculdade: Negócios, Cooperativas, Agroindústria, etc. Basta verificar as disciplinas ministradas e a escolha será bastante simplificada.