Muitos brasileiros sonham com a aprovação em concursos públicos, mas é preciso refletir muito bem.
As carreiras públicas seduzem muitos brasileiros. Os principais motivos para prestar concursos são a estabilidade no emprego e os salários iniciais mais altos do que os praticados na iniciativa privada. No entanto, outras circunstâncias devem ser avaliadas.
Como regra geral, as carreiras públicas em todas as esferas (municipal, estadual e federal) oferecem poucas possibilidades de ascensão profissional. Cargos de chefia e supervisão quase sempre são preenchidos pelo famoso QI (quem indica) e são comissionados: com a alternância de poder, quem detém um cargo de confiança pode ser obrigado a retornar ao cargo de origem, com redução de salários e benefícios. Este é um bom motivo para não prestar concursos públicos.
Concursos Públicos ainda valem a pena no Brasil?
As carreiras públicas, especialmente as que exigem o nível fundamental ou médio de ensino, são basicamente burocráticas. Isto significa passar oito horas do dia carimbando papéis e digitando folhas de expediente.
Nas carreiras técnicas, o dia a dia profissional pode ser mais atraente, mas os “concurseiros” não devem se ater apenas ao salário: é preciso ter vocação para a área (saúde, educação, segurança, infraestrutura, etc.). Sem isto, é aconselhável não prestar concursos.
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Passamos a maior parte do dia no trabalho e em deslocamentos para chegar ao “batente”. Obter satisfação nas tarefas desenvolvidas melhora o humor e até a saúde física e mental. Por outro lado, ao prestar concursos, o futuro servidor pode se defrontar com uma carreira sem desafios.
Mais de 11 milhões de brasileiros – cerca de 5% da população – são funcionários públicos. Os serviços prestados são muito mal avaliados: pesquisa do Instituto Data Folha indica que a educação recebe nota 4,6, a segurança, 3,6, e a saúde, 3,7. As três áreas correspondem aos setores que mais preocupam os cidadãos do país.
É difícil passar em concurso?
Os concursos públicos são extremamente concorridos. Apenas no primeiro semestre de 2015, já foram abertas cerca de 30 mil vagas – e 350 mil candidatos se inscreveram para postular uma vaga. Portanto, um dos motivos para não prestar concursos é a falta de tempo para estudar o conteúdo previsto para as provas seletivas.
A educação brasileira está conhecendo um péssimo nível. Em muitas unidades da federação, o nível médio de ensino foi universalizado para adolescentes e jovens, mas pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro concluiu que quase 40% dos nossos universitários são analfabetos funcionais.
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Sem conseguir interpretar textos simples, prestar concursos se assemelha a participar de jogos de azar: “chutar” as respostas em um concurso público é uma péssima iniciativa para ser aprovado em concursos públicos.
Quem pretende conquistar um cargo público precisa dedicar ao menos duas horas para os estudos. Em algumas carreiras, é necessário matricular-se em cursinhos. Um indicativo para não prestar concursos públicos é a taxa de reprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, obrigatório para bacharéis em Direito que queiram advogar: mais de 80% não obtiveram sucesso na prova objetiva, classificatória para a classificação para a etapa profissional.